Pela prisão dos discursos vigentes.
Não repetirei os ditos e escritos
Dos autores mais lidos,
Dos formadores de opinião.
Não serei mais um iludido
Pelo mercado das letras,
Pela autoridade dos juízes da razão e do bom pensamento.
É meu corpo quem pensa,
Quem sabe o afeto
Que bagunça a palavra,
Que transfigura o verbo
Em grito, danças e vento.
Sou indigno das bibliotecas,
Inimigo dos sistemas,
Da ordem dos discursos vigentes.
A matéria das minhas letras
É a loucura da vida,
O excesso e a morte
De um existir desmedido e incerto
Na vertigem do intempestivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário