sábado, 23 de novembro de 2019

A ANTI MODERNIDADE DA POESIA ( ou o retorno do bardo)



Em um mundo onde a experiência  humana foi confundida com a produção das coisas e a política dissociada da liberdade  para converter -se em disciplina, a imaginação tornou-se abrigo para as mentes indomáveis e selvagens, adversárias de todos os poderes & autoridades.

Aquele que permanece marginal ao simulacro do progresso e do utilitarismo, da razão/prisão imposta pela história,  torna-se por vocação  um poeta, um habitante do mundo abstrato das letras tortas de livre linguagem.

A modernidade fez do poeta o rebelde insurgente,  o maldito que a margem dos saberes e ciências,  rearticula as antigas magias  da embriaguez e da reinvenção  dos corpos. Contra as técnicas e engenharias do mundo urbano, o poeta se perde na grande floresta, tal qual um novo Merlin, profetizando o passado contra o futuro.

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