O dadaísmo surgiu
em Zurique (Suiça) como um movimento contra cultural ou como a mais radical das
vanguardas artísticas. Seu niilismo visceral atacava as bases de toda a
civilização ocidental então mergulhada no drama sem precedentes da barbárie de
uma primeira grande guerra europeia. Sua virulenta retorica de destruição
absoluta possui uma inspiração pacifista, já que tem como cenário a veemente
condenação do conflito que então devastava o velho mundo. O dadaísmo foi um filho direto da crise moral
e civilizacional europeia de inicio de século XX. Trata-se de um “movimento-grito” sem qualquer
horizonte positivo. O surrealismo foi de certa forma seu direto continuador,
mesmo que abdicando de seu niilismo apolítico e apontando para uma transformação
politica radical da vida através da arte, das pulsões e dos abismos irracionais
de nossa condição humana.
O ideal dadaísta
é a liberdade total, o agenciamento da imaginação contra toda forma de
linguagem e confissão de verdade. Seu objetivo é provocar vertigens, desafiar e
destruir toda norma, todo principio ou hábitos pré concebidos que sustentam o já arruinado edifício da
civilização ocidental. Podemos encontrar seus ecos na contra cultura dos anos
60 e 70 e em toda forma de resistência e contestação cultural que ainda hoje nascem
como erva daninha em meio ao jardim pomposo das certezas de manada e das flores
da ordem e da razão dominante.
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