segunda-feira, 12 de novembro de 2018

O LEGADO DADAISTA


O dadaísmo surgiu em Zurique (Suiça) como um movimento contra cultural ou como a mais radical das vanguardas artísticas. Seu niilismo visceral atacava as bases de toda a civilização ocidental então mergulhada no drama sem precedentes da barbárie de uma primeira grande guerra europeia. Sua virulenta retorica de destruição absoluta possui uma inspiração pacifista, já que tem como cenário a veemente condenação do conflito que então devastava o velho mundo.  O dadaísmo foi um filho direto da crise moral e civilizacional europeia de inicio de século XX.  Trata-se de um “movimento-grito” sem qualquer horizonte positivo. O surrealismo foi de certa forma seu direto continuador, mesmo que abdicando de seu niilismo apolítico e apontando para uma transformação politica radical da vida através da arte, das pulsões e dos abismos irracionais de nossa condição humana.

O ideal dadaísta é a liberdade total, o agenciamento da imaginação contra toda forma de linguagem e confissão de verdade. Seu objetivo é provocar vertigens, desafiar e destruir toda norma, todo principio ou hábitos pré concebidos  que sustentam o já arruinado edifício da civilização ocidental. Podemos encontrar seus ecos na contra cultura dos anos 60 e 70 e em toda forma de resistência e contestação cultural que ainda hoje nascem como erva daninha em meio ao jardim pomposo das certezas de manada e das flores da ordem e da razão dominante.

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