Falando muito livremente, a abstração
é normalmente associada a toda representação que nega os dados sensoriais, que
isola um dado objeto particular da totalidade e contexto onde se insere e ganha
concretamente um significado sensorial. Destilado
do mundo real tal objeto ganha novas
colorações e formas não concretas, é apropriado por aquele que o toma como objeto indeterminado e plástico a
significações subjetivas que podem mesmo contrariar sua representação sensorial
e concreta. Assim, uma cadeira especifica, pode se tornar uma forma e agregar
funções representativas que não passam pelo seu uso funcional. Neste contexto,
abstrair evoca a imaginação e a capacidade de pensar contra a normatividade do
acontecer do real. A abstração torna-se, assim, espaço privilegiado do
pensamento que leva as últimas consequências a realidade como representação
subjetiva, como teleologia. O sentimento de um objeto a partir de seu
deslocamento da realidade é o que funda a abstração como experiência do
intelecto que o reconfigura em um cenário virtual imagético.
A abstração é um modo de
subversão da realidade muito familiar aos poetas e todo tipo de desregrado do
espírito.
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