quarta-feira, 6 de julho de 2016

SOBRE O PRINCÍPIO DA ABSTRAÇÃO

Falando muito livremente, a abstração é normalmente associada a toda representação que nega os dados sensoriais, que isola um dado objeto particular da totalidade e contexto onde se insere e ganha concretamente um significado sensorial.  Destilado do mundo real tal objeto  ganha novas colorações e formas não concretas, é apropriado por aquele que o toma como  objeto indeterminado e plástico a significações subjetivas que podem mesmo contrariar sua representação sensorial e concreta. Assim, uma cadeira especifica, pode se tornar uma forma e agregar funções representativas que não passam pelo seu uso funcional. Neste contexto, abstrair evoca a imaginação e a capacidade de pensar contra a normatividade do acontecer do real. A abstração torna-se, assim, espaço privilegiado do pensamento que leva as últimas consequências a realidade como representação subjetiva, como teleologia. O sentimento de um objeto a partir de seu deslocamento da realidade é o que funda a abstração como experiência do intelecto que o reconfigura em um cenário virtual imagético.


A abstração é um modo de subversão da realidade muito familiar aos poetas e todo tipo de desregrado do espírito.

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