O que faz de toda profissão de fé
uma falácia é a incerteza elementar que permeia qualquer afirmação humana sobre a existência e a
realidade.
Dou pouco valor ao grande edifício da civilização e da cultura. Nele não encontro o lugar que me cabe na irracionalidade e absurdo que é a existência.
Dou pouco valor ao grande edifício da civilização e da cultura. Nele não encontro o lugar que me cabe na irracionalidade e absurdo que é a existência.
Mas longe de mim cair na asneira do "buscar a si mesmo". Pois sou a soma de tantas coisas automáticas, percepções,
sensações, imagens e enunciados que é praticamente impossível derivar da
totalidade destes fenômenos umas versão coerente e homogenia. Independente
disso, o mais visível é que existo através de um ego que se coloca a parte de
tudo isso de modo unilateral e inconsciente de seus próprios fundamentos.
Então, como crer convictamente em
qualquer hipótese ontológica, em qualquer verdade, considerando todo
desconhecimento que paira sobre qualquer formulação humana?
A fé é uma expressão de arrogância
e ingenuidade daqueles que sofrem de demasiada necessidade de inventar
seguranças.
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