sábado, 7 de fevereiro de 2015

UMA QUASE HISTÓRIA DE AMOR

Não sei o que fazia a gente se ver todo dia , comer e beber juntos e jogar conversa fora.

Ela não me dizia nada de importante. Era apenas uma jovem fútil e caprichosa como tantas outras. Mesmo assim eu gostava de estar com ela pela simples necessidade de me apartar um pouco de mim mesmo. Sem ela, meus dias seriam insuportávelmente vazios.

Mas foi inevitável. Uma hora acabamos nos entendendo na cama. Foi  quando começaram os problemas. Eu adorava  chupar a buceta dela. Poderia passar todo o resto da minha  vida apenas fazendo aquilo. Era como um vício.

Mas ela nem sempre estava disponível para mim. Com o tempo ela foi ficando cada vez menos disponível. Meu pau não lhe agradou tanto, suponho...

Foi assim que descobri um tipo novo e perverso de solidão. Eu não estava mais preso entre as sufocantes quatro paredes de mim mesmo. Eu agora era prisioneiro da necessidade do outro. Era terrível... Mas o que podia fazer?  Eu implorava pra gente se vê, prometia recompensas... presentes. Algumas vezes ela me atendia e eu tinha algumas horas de alivio chupando aquela bucetinha. Mas era claro que ela não tinha lá grande prazer com nossos encontros. Argumentava que o sexo estava estragando tudo.  Como se antes tivéssemos uma “grande amizade”....eramos apenas duas pessoas que utilizavam uma a outra como muleta pra suportar a vida. Ela não gostava de ouvir isso.  Mas era a verdade.

Durante um ano tivemos encontros regulares. Mas depois a coisa começou a esfriar. Eu mesmo já não sentia tanta necessidade da buceta dela. Ela , ao contrário, desenvolveu uma afeição maluca por mim. Queria  a todo custo que eu mudasse de vida.Eu sempre tinha sido um cara sem grandes ambições. Tinha um emprego medíocre que me permitia pagar minhas contas e encher a cara. Era o suficiente para mim. Não tinha sofisticações de consumo. Pouco me importava a boa vida de viagens e fazer pratrimônio que a maioria das pessoas dava tanto valor. Mas ela, não sei porque, decidiu que era preciso mudar isso.

Aos poucos, a coisa mais importante da vida dela passou a ser modificar a minha. Justo quando eu precisava cada vez menos dela. Sua buceta já não tinha o mesmo gosto. E agora eu tinha que lidar com a mulher que acompanhava a buceta. Tudo se transformou num inferno. Nos encontrávamos, trepávamos trivialmente  por uma hora, e as duas horas que se seguiam, eram dedicadas a infinitas brigas, que não me faziam o menor sentido. Eu se quer entendia o que ela estava dizendo na maioria das vezes. Só me sentia obrigado a responder, a me defender. Mas também não fazia a mínima ideia do que estava dizendo.

Chegou a um ponto em que não conseguimos mais continuar com aquilo. Mesmo assim foi doloroso me despedir  dela. Ela ficou muito mal. E eu pior ainda por conta disso. Mas era o certo a se fazer. Na maioria das vezes o certo é muito desagradável.  Mas continua sendo o certo.

Era o que eu pensava até agora. Acabei de saber que ela se matou na noite passada. Me sinto culpado... Eu continuei minha existência vagabunda sem a buceta dela. Mas ela não conseguiu continuar a sua sem poder mais tentar arrumar minha vida. Coisas assim me levam a ter medo das pessoas. Nunca se sabe o que se pode esperar delas, nem o que elas podem esperar da gente. A verdade é que  a gente se machuca muito nessa vida... Mas é o preço de se respirar.    

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