quinta-feira, 28 de março de 2013

APONTAMENTOS SOBRE A FILOSOFIA DO FUDEU E DO FODA-SE





I
Na segunda metade do seculo XX , Camus afirmou que a grande questão filosófica de sua época era o suicídio. Neste inicio de novo século , vivemos em um mundo muito pior do que aquele em que viveu o agora desbotado filosofo Frances. Razão mais do que suficiente para nos indagarmos: Qual seria a grande questão filosófica da contemporaneidade?
Após alguns segundos de profunda reflexão uma única  resposta  deitou-se nua e sensual  no membro ereto do  meu pensamento; FUDEU. ...
Estou  certo de que as mentes obtusas  e ralas que compreendem 99 % da escória humana não compreenderá minha numinosa conclusão aqui  generosamente compartilhada. Mas espero que o filho da puta que leia agora a porra destas linhas  seja capaz de se esforçar um pouco e acompanhar a dança dos meus argumentos intempestivos e ejaculados em quase altomação de escrita.
“FUDEU”  é mais do que um imperativo verbal, é uma alegoria que define o escatológico em seu duplo e niilistico revolucionário sentido. Remete tanto as  questões ultimas da metafísica  como da produção de  merda que no plano elementar define o exercício humano e animal de ser no mundo.
Somente usamos tal expressão quando vivenciamos situações decisivas, onde o destino nos escapa das mãos e o fim parece se impor contra qualquer possibilidade de subjetividade ou opção.
“FUDEU” é aquilo que diz o fatal da vida, a merda como  conceito filosófico e ontológico paralelo a própria morte.
Porra, FUDEU é o ponto final da vida ou apenas a constatação trágica de tudo aquilo  que fizemos, sonhamos  ou queremos nos conduziu apenas  ao lugar comum da consciência absoluta do patético  caralho da condição humana.
“FUDEU” é a tomada de consciência do caos , é o avesso, o escuro e o indeterminado de nossos atos... Aquilo que nos diz que a condição humana não passa De uma  punheta continua na construção de codificações e significações que nos  conduzem apenas ao eterno retorno do  próprio“FUDEU”.
“FUDEU” é tudo o que realmente importa.
“FUDEU” é o avesso da  rebeldia do vômito, é a merda em seu estado puro e alegórico.
“FUDEU” , porra de leitor, é seu nascimento e sua morte, sua não existência através dos séculos.
“FUDEU” é  a condição humana em suas metamorfoses  e silêncios.
II
Mas o que seria do “FUDEU” se não  existisse a beleza mágica  do “FODA-SE” , que faz coincidir sujeito e objeto no somatório somático e sensual do imperativo das circunstâncias e deslocamentos da subjetividade?
O simples gesto de mostrar em público o riste do dedo erótico é o mais elementar signo da condição de  elementar liberdade humana que ultrapassa línguas e culturas. Todo ser humano o compartlha e sabe em seu intimo como basilar expressão do dizer humano.
Não existe “FUDEU” pleno sem uma imagem de foda-se.
Qualquer possibilidade de gozo contemporâneo pressupõe a dialética entre o “FUDEU” e o foda-se como ato elementar de  revolta pós filosóofica contra os marasmos de sociedades e valores socialmente estabelecidos; contra as estruturas do conhecimento cristalizado de todos os tradicionais saberes institucionalizados e certezas consagradas  de mundo.
Pra puta que pariu o mundo! Eu não preciso de mundo!  Não preciso de culturas, leis e ordens.
Minha linguagem é o vômito contra tudo aquilo que posa de certo e limpo sentado em uma privada...
Mas sei que no final de tudo, me espera simplesmente o trágico de um mero “FUDEU” nas memórias dos meus foda-ses.

  








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