quarta-feira, 30 de março de 2022

ASSIGNIFICÂNCIA

O excesso de vozes,
de palavras, 
de significados,
valores e imagens,
quase sufoca meus pensamentos.

O que ainda pode ser dito,
pensado, ou percebido,
onde tudo parece pré concebido,
artificial e ilusório?

O mundo não faz sentido
e se perde no excesso,
no transbordamento do possível. 

Preenchido de nada
sigo fora do eu
que me escreve no mundo.
Não há mais sujeito
ou objeto.
Apenas o informe de afetos
que me reduzem a um corpo
inerte e imprevisível 
onde a vida ainda persiste.

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