terça-feira, 29 de setembro de 2020

O ENÍGMA DO SER E DO NÃO SER

 


Tento fugir do olhar do outro no espelho

Para me desvencilhar de mim mesmo.


Preciso escapar a essa consciência

Que me tem,

A esse corpo que é algo

Mais do que eu sou alguém.


Preciso dormir para acordar de mim.

Não ser em todas as coisas,

Estar em todas as partes

na transgressão do corpo,

Na afirmação da minha ausência

como consciência absoluta da matéria,

Como presença do múltiplo e do indeterminado.


Preciso ser incompreensível,

vazio e invisível.

Preciso não existir

para finalmente saber de mim,

ir além da vida e da morte.


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