quinta-feira, 24 de setembro de 2020

MISÉRIA EGOCÊNTRICA

A Europa pouco me importa.
Sou indiferente as revoluções permanentes do Ocidente,
As disciplinas da modernidade,
E a insanidade dos civilizados.

Minha pele morena conhece a terra,
Desertos , florestas,
E inumanos saberes
De híbridas existências 
Imateriais e concretas.

Nada em mim é  suficientemente humano.
Nada que sinto me prende a definições, 
Razões ou intenções.

Sou matéria viva de mitos e alucinações, 
Instante impreciso de tempo e mundo 
Quê não  se conforma a qualquer explicação histórica e genética. 

A Europa é o pesadelo do peso 
De um existir que agoniza
Entre a verdade e a natureza.

A Europa é a  vida reduzida
A um vazio que asfixia todo planeta.

A Europa é a doença de uma geografia sem alma,
Desfigurada pela antropologia e a palavra
No pesadelo da pós  industrialização.




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