quarta-feira, 2 de maio de 2018

TEMPO E LINGUAGEM

Meu tempo não é o tempo do pensamento,
Ele é o agora das coisas,
A incerteza dos acontecimentos,
Que sempre desabam sobre si mesmos,
Transformados em fatos.
Meu tempo é imanente,
Breve e fugidio.
É morte e silêncio
Que inventa a vida
Como um perder-se das coisas.
Meu tempo não é o de Cronos,
Não conhece a História,
Razões ou posteridades.
Ele é finito, artístico e criativo.
Comporta mais adjetivos do  que substantivos.
Meu tempo é o abstrato momento do meu desaparecimento,
Minha alienação na linguagem,
Na imagem,
Que me transcende e reinventa
Como dizer do mundo a sombra da eternidade.

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