O “normatizismo” kantiano e seu
tribunal da razão me parece, às vezes, mais perverso do que os modelos platônicos.
Afinal, proporciona a razão um falso rigor que justifica a confiança ingênua em
nosso juízo. Não é de surpreender que Elias Canetti quase tenha intitulado seu único
romance Auto de Fé ( em tradução literal :“Ofuscação”) como “Kant Pega Fogo”.
“Se dizemos do entendimento que ele é o poder
de reconduzir os fenómenos à unidade através das regras, deve-se dizer da razão
que ela é a faculdade de reconduzir à unidade as regras do entendimento através
dos princípios. Portanto ela jamais se relaciona imediatamente nem com a
experiência, nem com um objecto qualquer, mas com o entendimento, a fim de
fornecer a priori e por conceitos aos variados conhecimentos dessa
faculdade uma unidade que se pode chamar racional e que é inteiramente
diferente da que o entendimento pode fornecer.
(...) É o destino comum da razão humana na especulação terminar o seu edifício assim que possível e só depois examinar se também os fundamentos foram bem colocados.”
Emmanuel Kant, in 'Crítica da Razão Pura'
(...) É o destino comum da razão humana na especulação terminar o seu edifício assim que possível e só depois examinar se também os fundamentos foram bem colocados.”
Emmanuel Kant, in 'Crítica da Razão Pura'
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