As inclinações pessoais, tão evidentes no convívio
social, possuem motivações irracionais. Assim como a soma de características diversas
que resultam na personalidade de um dado individuo, elas não podem ser explicadas exclusivamente pelo histórico
biográfico ou educação deste indivíduo. Muito menos pela adesão racional a
determinada visão de mundo ou ideologia.
Tomando emprestada, muito
livremente, a diferenciação estabelecida por Freud entre civilização e cultura,
diria que a ideia de racionalidade humana está em conflito com nossa natureza
pulsional. A racionalidade não passa de uma voluntária renuncia do ego a experiência
de seus impulsos mais naturais em favor da manutenção de uma persona que
viabilize na vida em sociedade. Mas o artificialismo da razão não predomina o
tempo todo e muito menos tem controle sobre nossos atos e
intenções. Não podemos ter a vida sob
controle o tempo todo. Nossos desejos e impulsos definem a incondicionalidade de nosso processo
de subjetivação.
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