quarta-feira, 30 de novembro de 2016

FILOSOFIA PSICODÉLICA

Temia a possibilidade de mudar ao ponto de não mais me reconhecer no espelho.
Não era raro me sentir ausente de mim,
Estranhar meus gestos, minha voz e meu próprio pensamento.
Afinal, o que é essa coisa abstrata e inexplicável que chamam de identidade?
Até que ponto sou este eu que digo
Enquanto percebo com espanto
O tanto de coisa involuntária que me define
Em múltiplas realidades ontológicas?
Digam, se de fato existo tão concretamente quanto suponho?
Nada me parece, assim, tão definido.
Provei alterados estados de consciência...
Soube o fundo aberto de algumas fantasias
Que tinham mais realidade do que este dia,
Esta cadeira ou até mesmo você agora
Sentada na minha frente.
Há coisas que não podem ser ditas,
Que o pensamento não dá conta.
Elas nos levam ao limite

E ao maIs profundo da existência.

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