terça-feira, 9 de setembro de 2014

ELOGIO AO ACASO

Do ponto de vista de nossa cotidiana “consciência das coisas” imaginamos um mundo “organizado” e socialmente construído pela racionalidade de nossas intenções, um mundo onde o princípio do dualismo entre causa e efeito encadeia acontecimentos inteligíveis e plenos de significado.

Escapa, assim,  ao senso comum qualquer possibilidade de brindar o acaso e reconhecer nele o diabólico arquiteto de nossas trajetórias humanas.

Mesmo quando os desígnios divinos já não são mais concebíveis razoavelmente como uma explicação aceitável para nosso destino, ainda não somos capazes de admitir o quanto a vida não passa de um aleatório jogo de dados.

Ainda precisamos de respostas e explicações que mantenham o poder decisório de nossas escolhas e atos como fator determinante de nosso destino.


Ainda somos imaturos demais para aceitar o simples fato de que qualquer padrão atribuído aos fenômenos é tão somente uma construção humana.

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