quinta-feira, 4 de julho de 2013

A ANGUSTIA DE TER COMPANHIA

Todos os diálogos possíveis são na realidade monólogos imperfeitos onde através dos outros nos distanciamos de nossas mais intimas necessidades.
Mas ninguém consegue se escutar plenamente fora do eco do outro. Por isso nos acompanhamos, como se a solidão que nos funda a própria individualidade  fosse passível de superação. Ledo engano. Quanto mais palavras e experiências trocamos, maior se faz a angustia de estar entre os outros enterrado em si mesmo.
Não há escolha que nos transforme, nada que nos livre de nós mesmos. Estamos condenados a vagar perdidos pelo aleatório de cada dia até que a morte nos cale para sempre.

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