Originalmente publicada na França em 1857, As Flores do Mal de Charles Baudelaire é a obra inaugural do simbolismo e um das mais impactantes obras poéticas de todos os tempos. Versando sobre temas tabus da época, seu lançamento foi um verdadeiro escândalo, um desafio a moral e estética vigente. Em sua luxuria, "satanismo" e desregramentos a obra em questão definitivamente foi capaz de dizer toda a beleza do mal....
Deixo aqui seus versos de apresentação para provocação e reflexão de todos e de ninguém:
AO LEITOR
A tolice, o pecado, o que amesquinha
Habitam-nos o espírito e o corpo viviam,
E adoráveis remorsos sempre nos saciam,
Como ceva o mendigo ao verme quie ele aninha.
Fies ao pecado, a contrição nos amordaça;
Impomos alto preço à infâmia confessada,
E alegres retornamos à lodosa estrada,
Na ilusão de que o pranto as nódoas nos desfaça.
Na almofada do mal é Satã Trimegisto
Quem docemente nosso espírito consola,
E o metal puro da vontade então se evola
Por obra deste sábio que age sem ser visto.
É o Diabo que nos move e até nos manuseia!
Em tudo o que repugna uma jóia encontramos;
Dia após dia, para o Inferno caminharemos
Sem medo algum, dentro da treva que nauseia.
Deixo aqui seus versos de apresentação para provocação e reflexão de todos e de ninguém:
AO LEITOR
A tolice, o pecado, o que amesquinha
Habitam-nos o espírito e o corpo viviam,
E adoráveis remorsos sempre nos saciam,
Como ceva o mendigo ao verme quie ele aninha.
Fies ao pecado, a contrição nos amordaça;
Impomos alto preço à infâmia confessada,
E alegres retornamos à lodosa estrada,
Na ilusão de que o pranto as nódoas nos desfaça.
Na almofada do mal é Satã Trimegisto
Quem docemente nosso espírito consola,
E o metal puro da vontade então se evola
Por obra deste sábio que age sem ser visto.
É o Diabo que nos move e até nos manuseia!
Em tudo o que repugna uma jóia encontramos;
Dia após dia, para o Inferno caminharemos
Sem medo algum, dentro da treva que nauseia.
( Tradução de Ivan Junqueira)
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