terça-feira, 3 de agosto de 2021

POESIA INDIGENTE

Busco palavras que assustam
para ferir o tempo da angustia,
do injusto e do absurdo
que nos matam aos poucos
em silêncio. 

Quero palavras que gritem,
afirmando o limite das representações, 
o ridiculo das autoridades,
a caduquice das estéticas,
a decadência das gramáticas.

Abrigo em meu canto
a precariedade do dizer selvagem
de uma escrita  indigente.

Não frequento  banquetes no palácio da boa consciência e da transcendência. 
Sei a fome das ruas no beco sujo da iminência. 




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