sexta-feira, 15 de abril de 2016

ELOGIO AO SURREALISMO

A aposta no irracional , na exploração do inconsciente e a recusa dos valores burgueses ( pátria, família, ciência, instituições , honra, progresso, etc.) tornaram-se na França do pós primeira grande guerra uma bandeira poderosa através do movimento surrealista que, mais do que uma vanguarda estética, constituiu uma radical releitura da vida  e um desafio e insulto a nossa pouca realidade transfigurada em civilização.

A estetização da existência e a invenção cotidiana da liberdade como subversão de todos os princípios vigentes,  pode ser considerada a grande inspiração do movimento liderado por Andre Breton,  que contou com a participação  decisiva de nomes como Antonin Artaud e Salvador Dali, para citar os mais extremos e exóticos.

Enquanto forma radical de contra cultura, o surrealismo foi um movimento que contribuiu para invenção de uma nova imagem de mundo que caracterizaria o século XX, definida, no plano da cultura, pelo avanço do artificio tecnológico e consequenteredefinição da sensibilidade estética, vide a transformação dos hábitos culturais e da perpecpção através de invenções como o radio, o cinema e a fotografia.

O surrealismo foi, em linhas gerais,  um reconhecimento aberto dos fundamentos irracionais da existência, da necessidade de reincorporar o “maravilhoso”, o exótico, como categoria indispensável a codificação do real. Um real cada vez mais fluído e não normativo.


O Surrealismo pretendeu ser, em todos os seus sentidos, uma espécie de anti arte e transformação radical da vida, uma revolução comportamental sem precedentes. 

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