terça-feira, 19 de maio de 2015

CONFISSÕES DE UM ADÚLTERO

Eu me excitava ouvindo sua voz macia enquanto se despia em frente a cama de motel barato. Gostava de suas curvas, dos seus quilinhos nos quadris e da cabeleira loura  meio anárquica como uma fogueira que ela sabia usar com maestria como arma de sedução. Não bastasse isso, seus seios eram generosos e davam uma boa diversão.

Ela não precisava ser nenhuma Afrodite para proporcionar uma boa trepada, sabia boas posições e formar de desfalecer capazes de enlouquecer totalmente um homem. Nosso sexo era bom. Gostava quando sua buceta  apertava meu pau e de depois relaxava entre seus ais. A noite parecia passar em segundos!

O grande problema é que não tínhamos muito o que fazer fora da cama. Quando tentávamos conversar acabávamos discutindo e ofendendo um ao outro. Nossas brigas ao telefone eram memoráveis. Qualquer coisa era motivo para uma boa discussão gratuita. Até o fato de estar frio ou calor na noite anterior.

Não dava para achar aquilo que havia entre a gente de relação. Éramos apenas dois coitados que se encontravam frequentemente para mendigar um ao outro a distração de um coito sem maiores consequências. Acho que brigas eram constantes por que não tínhamos mais a oferecer do que isso. Não passávamos de uns fudidos com uma vida desgovernada e presos a uma família que já não dizia nada pra nenhum de nós.
Sim. Ambos éramos casados. Não me venham criticar os insuportáveis moralistas de plantão. Quando o casamento é uma merda, mas razões financeiras nos impedem de correr dele, a traição é a melhor estratégia de sobrevivência.
Não tínhamos muito do que reclamar. As horas que passávamos trepando compensava tudo. Não éramos exatamente felizes. Mas quem se importa? Só de ter alguma coisa que nos faça valer apenas respirar e levantar todo dia já é mais do que suficiente para dar um mínimo de significado a nossas vidas.

 A triste verdade é que para um homem metido em um casamento arruinado, uma amante é uma forma de afirmar a auto estima e fugir da prisão de suas rotinas medíocres. Não estava procurando um grande amor, só me livrar de vez enquanto daquela merda toda que tinha. Era suficientemente franco comigo mesmo para admitir isso.

Homens são sinicamente vaidosos.


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