domingo, 31 de maio de 2009

SOBRE A DOENÇA E O DOENTE


Vivemos em uma sociedade cujo imaginário é definido pela afirmação da saúde, narcisismos e utopias de vidas e corpos perfeitos. A morte e a doença são relegadas a margem do acontecer humano.
Confinado ao degredo do espaço hospitalar, templo sombrio da razão e da técnica, o moribundo nos é invisível, um párea cujas emoções, sofrimento e opiniões nos são indiferentes. Ele apenas nos surge como o objeto da doença, o portador de um mal que tememos e ameaça nossas ilusões de biografias felizes... Assim lhe arrancamos a própria humanidade já comprometida pela sua condição. Em outras palavras, morrer em nossa sociedade pode ser absurdamente cruel...

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