segunda-feira, 24 de outubro de 2022

O RETORNO DE DIONÍSIO

Nestes dias de encruzilhadas
escuto o silêncio dos meus mortos.
As urgências dos nossos passados
desmancham meus atos,
desinventam futuros.


Somos o intempestivo.
O que esperamos ainda não tem nome,
E não cabem no desespero e na fome,
que antecedem a colheita
de uma arcaica revolta.

Dionísio renascerá triunfante
em astrais primaveras
para dançar alegre na boca do abismo
o eterno retorno do caos em festiva embriaguez  desordeira.

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