segunda-feira, 16 de maio de 2022

ERRÂNCIA

Tenho fugido do pesadelo da razão moderna.

Recuso o progresso,
os saberes e ofícios,
de um mundo de artifícios,
de frágilidades, certezas,
trabalho, exploração e renda.

Não quero ser escravo das coisas,
dos outros,
ou de qualquer persona
que me intimide no espelho.

Odeio cidades, 
amo florestas,
nunca sucumbi a servidão voluntária 
que sob a terra inventa o inferno.

Sou livre
no tudo e nada
de ser corpo perdido
por muitas estradas.

Estou sempre em fuga
pelos labirintos de mim mesmo.




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