quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

NOVA COSMOGONIA

Ontem a noite
acordei para o fim do homem
e para o reinício do mundo.

Toda natureza parecia mais viva,
intensa, 
celebrando a decadência da civilização e do antrophos.

O verde povoava cidades desertas.
E o tempo não importava mais
diante do rejuvenescimento de Gaia.

No eterno bailado da vida e da morte,
no eterno retorno da noite e do dia,
todas as forças cósmicas provavam
um novo e violento equilíbrio.

Desfeita a ilusão do bem e do mal,
a natureza sem lei
realizava as núpcias do sol e da lua
e todo o universo se reduziu ao infinito
de um grão de areia
que engolia o oceano.






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