Entrego minha voz ao diabo
que mora na alma deste lugar.
Que ele me diga
todo sofrimento e sacrifício
que teve por palco este chão.
Toda exploração, toda miséria
e injustiça,
promovida pelos supremaciistas,
pelos malditos filhos do deus cristão.
Que eu seja guiado pelo diabo
que guarda a memória deste lugar.
Que ele me ensine sobre suas revoltas e rebeliões,
que ele me fale sobre todo sangue negro e indígena já bebido por este chão.
Sou herdeiro dos que sofreram injustiças,
da raiva e vontade de vingança produzida por ignóbil opressão.
Sou o adversário de todo poder constituído contra milhões de oprimidos
sob a nefasta bandeira de um Estado nação.